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À conversa com...... a psicóloga Fátima Sequeira



Sinal- Sabemos que é psicóloga escolar. Pode dizer-nos há quantos anos? E qual a razão da sua escolha profissional?
F.S.- Iniciei funções como psicóloga escolar no ano letivo 1983-1984 (já foi há 38 anos)!
Escolhi a psicologia escolar no último ano do curso, por não me identificar com as únicas áreas de formação, existentes na altura, a nível da psicologia clínica. O facto de em contexto escolar poder intervir em diversos domínios, com diferentes abordagens, foi uma aliciante. Sinal- Quais as maiores dificuldades que encontrou ao longo do seu percurso profissional?
F.S.- Permanente excesso de trabalho, inexistência de carreira profissional durante os primeiros 15 anos e posterior carreira extremamente desmotivante a nível de remuneração.
O maior obstáculo para o sucesso profissional ocorre nas situações em que não se constata verdadeira motivação para a obtenção de apoio psicológico por parte dos alunos e / ou das pessoas significativas.
Sinal- Se pudesse ter nascido noutra época histórica, qual escolheria? Porquê?
F.S.- De facto, para quem tinha 15 anos quando ocorreu a revolução do 25 de Abril, nenhuma outra época histórica se revela como aliciante.
Sinal- Qual é o seu lugar predileto? Porquê?
F.S.- Qualquer local que me permita visionar água é especialmente agradável, porque me ajuda a relaxar. Em Portugal, destaco o alto Douro vinhateiro, porque concilia a beleza do relevo com a do rio.
Sinal- Que tipo de música escolheria para relaxar após um dia cansativo de trabalho? Porquê?
F.S.- Instrumental, preferindo alguns compositores clássicos e outros contemporâneos, por exemplo Strauss, Mozart, Beethoven, Carlos Paredes, Pedro Jóia ou Rodrigo Leão, pela beleza e porque será ideal para relaxar.
Sinal- Qual o filme que mais o marcou? Por que razão?
F.S.- Existiram alguns filmes especialmente marcantes pelas histórias de vida retratadas, pela complexidade do funcionamento psicológico das personagens principais. Não consigo realçar o mais marcante, mas posso referir alguns:
“As Horas” de Stephen Daldry; “Fala com Ela” de Almodóvar; “Cisne Negro” de Darren Aronofsky.
Sinal- E no que se refere à literatura, tem alguma obra preferida? Qual?
F.S.- Tenho vários livros de que gostei especialmente, gostando também de diferentes autores, existindo alguma variabilidade ao longo da vida. De facto, não consigo destacar apenas uma obra, mas exemplificando, poderei dizer que, quando estava no secundário, li entusiasticamente Os Maias; há uns anos ofereci a várias pessoas um livro que recomendo – Tempo entre Costuras de María Dueñas (obviamente poderia referir muitos outros)…
Sinal- Com que figura pública gostaria de passar um fim de tarde? Porquê?
F.S.- Nunca me senti atraída pelo contacto com figuras públicas, mas preferiria alguém que o possa ser sem ter como objetivo sê-lo… Seria ainda fundamental que pudesse partilhar reflexões interessantes.
Sinal- Que desafio pessoal aceitaria sem hesitar? Porquê?
F.S.- Neste momento uma viagem à volta do mundo seria fantástico, porque adoro viajar e significaria que o Euromilhões teria saído a alguém próximo (sonhar e brincar também é importante).
Sinal- Que desafio nunca aceitaria se lhe fosse proposto? Porquê?
F.S.- Que implicasse violentar-me a nível de determinados valores fundamentais (a idade tem contribuído para a moderação, mas há valores de que não abdico).
Sinal- Como se definiria enquanto pessoa?
F.S.- Alguém que é visceralmente contra a hipocrisia, que valoriza imenso a verdadeira amizade e a liberdade de pensamento; que em determinados contextos gosta de expor o que pensa, mas que noutros prefere o silêncio (muito mais poderia ser dito por mim e por quem me conhece verdadeiramente)…


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