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Aluna da JC obtém primeiro lugar em C. L. Cristina Torres

 

Francisca Gil Santos tem 16 anos e frequenta a turma F1 do 11ºano da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho. Recentemente o texto com que participou num concurso literário obteve o primeiro prémio na sua categoria. Deixamos o seu texto e também o da sua professora de Português.
" Poucos entenderão o sentimento de realização e de missão cumprida, quando se ouve um aluno dizer que participou num concurso que havíamos proposto e ganhou.
É algo interno, uma satisfação e um orgulho inexplicáveis...
Apetece gritar aos sete ventos... A Francisca Santos do 11º F1 ganhou o primeiro prémio na 31.ª edição do Concurso Literário Cristina Torres.
Parabéns, Francisca, a comunidade Joaquim de Carvalho e eu estamos muito orgulhosos de ti.
Que sejas a semente de muitos mais prémios.."
Catarina Ribeiro

"Quando eu danço...
Quando eu danço… Dança… um tópico discutível e indiscutível, com muito a explicar ou muito pouco, a sua diversidade de sentimentos provocados, tal como o seu poder de nos deixar sem palavras deixa-nos encalhados. A meu ver alguém expressa o seu sentimento em relação à dança, quando efetivamente dança e esse sentimento é nos transmitido quando observamos a expressão da pessoa a rejuvenescer, a ganhar vida, a tomar sentido.
A dança é poderosa, podemos assim dizê-lo, com movimentos suaves posso transmitir uma mensagem de toneladas, com um movimento e uma expressão forte acompanhado de uma música potente posso transmitir o que nenhum conjunto de palavras pode.
Numa festa eu danço, no meu quarto eu danço, na praia eu danço, nos corredores da escola, eu danço, no jardim eu danço, na rua eu danço, porque quando eu danço eu sou mais feliz, quando eu danço… mesmo que a minha vida tenha dado uma volta de 180 graus, eu recupero o chão, eu esqueço o abismo por singelos momentos.
Quando eu danço… os meus pensamentos embrulham - se uns nos outros e desenlaçam-se, o corpo torna- se o ritmo do momento. A dança é uma das drogas da minha vida, talvez a mais inofensiva alguma vez conhecida porque esta dá-me saúde, ela é a minha plenitude. Quando eu danço… já não é o universo que me controla, eu estou no comando, eu comando o movimento, a emoção, a intenção do momento.

A dança é para todos, a dança não escolhe estatuto ou sexo, raça ou idade, a dança é para os oprimidos, para os encantados, para os felizardos, para os entristecidos, quando danço… posso até ser todos eles ao mesmo tempo. A realidade por vezes é dura mas a dança torna-a um pouco mais leve, pois quando eu danço já não sou um ser humano pesado, sou uma brisa suave.
Dizem-nos para fazer o que nos enriquece mais a alma, pois então quando eu danço… a minha alma é milionária. Quando danço… liberto o peso que carrego, liberto a angústia renegada, celebro as alegrias por celebrar e as já celebradas, revivo a raiva sentida e as injustiças vividas.
Amo a arte da dança pela sua expressão, mas admiro-a também pela sua mestria e beleza. Dança não é apenas técnica, dança é sentir o calor do movimento. O importante não é dançar bem ou dançar mal, a mediocridade na sua execução nunca será um impedimento para a mesma, o importante é dançar! Seja ao som do vento ou das ondas do mar, no metro entre a agitação, no estúdio de dança, no quarto com os fones nos ouvidos ou num concerto, com os ouvidos e o coração a baterem ao ritmo da música e a música a alimentar-se pelo momento. Dançar é viajar, dançar é sonhar, dançar é alegria, porque quando eu danço… a minha é contagiante. Quando eu danço… o mundo pode cair e eu continuar sem ouvir nada nem ninguém, a minha mente tem o seu descanso merecido. A arte é subjetiva, como muitos o confirmam, no entanto a meu ver não há sombras de dúvidas de que isto é arte, isto é puro, isto é belo, isto é sentimento, isto é magnífico.
A dança permite-nos sentir melancólicos, energéticos, elevados, enraivecidos, felizes, renovados, enfeitiçados. A dança traduz-se numa infinidade de emoções e definições que nem eu consigo esclarecer, pois eu apenas o sinto, quando eu danço. Não à renegação da criatividade, sim à sua exploração! Inventem ao dançar, não pensem, deixem o corpo levar a mente, não raciocinem, dança é isto, dança é explorar, porque quando eu danço… eu exploro.
Para não falar da união que a dança acarreta, quando as pessoas dançam em harmonia e em conjunto, a união e a alegria tornam-se pilares. Quando eu danço em grupo…já não estou a falar de um “eu”, estou a falar de um todo. A dança é união.
Quando eu danço… eu desafio a anatomia e as leis da física porque a emoção torna-se líder do meu corpo, já não sou eu a guiar o movimento, muito menos os meus membros, talvez apenas um órgão, o coração, a partir daí tudo é desconhecido.
A dança é tanta coisa ao mesmo tempo, torna-se tão complexa de explicar que me entristece para ser sincera, contudo dou o meu melhor.
Estás feliz, dança! Estás triste, dança! Estás aborrecido, dança! Estás chateado, dança! Dancem sempre! Sejam donos das vossas emoções e do vosso corpo, libertem[1]se! Vivemos num sistema demasiado programado, demasiado sistematizado, dancem e desprogramem, sejam donos de cada minuto que vos é dado, dancem! É sabido que sentir é vital para o ser humano, para o seu progresso, para a sua vivência pessoal e em comunidade. Se nada sentirmos, nada somos, tornamo-nos pedras pensantes. Por isso dancem! Porque quando eu danço… eu sinto, mais do que esperado, eu vivo, e mais do que aconselhado, eu esqueço.
Quando eu danço… Eu sou alguém,
Eu tenho voz,
Eu sou infinita.
Oceana Vilas

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