António Tavares nasceu em Angola, em 1960, e veio para Portugal devido à Guerra Civil de 1975.
Chegou a frequentar o Liceu de Gaia antes de ir para Coimbra onde se licenciou em Direito na respetiva Universidade e aí fez igualmente a sua pós graduação.
Estagiou na Figueira da Foz durante um ano, indo em seguida para Ponta Delgada na ilha de São Miguel onde permaneceu sete anos, exercendo simultaneamente as profissões de professor e advogado.
![]() |
Ao vir para a Figueira , tornou-se o jornalista fundador do jornal A Linha do Oeste, que durou sete anos, fechando somente após o governo parar de subsidiar o “porte-pago”. Ao mesmo tempo, coordenou o jornal Sinal da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho onde leciona desde então.
E foi numa das suas férias da função de vereador que então desempenhava que escreveu o seu primeiro romance As palavras que me deverão guiar um dia com que concorreu ao prémio Leya, em 2013, tendo ficado entre os cinco finalistas. Esta mesma obra foi escolhida para participar num "festival de primeiras obras", em França, (Le festival du premier roman de Chambéry) o que constituiu a motivação necessária para o levar a escrever novos romances. Mas foi com sua obra O coro dos Defuntos que, em 2015, ganhou o referido prémio.
António Tavares foi vereador da Cultura e Vice-Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, mas atualmente exerce a profissão de professor de economia aqui na nossa escola.
Questionado sobre os motivos que o levaram a tornar-se escritor, referiu o seu gosto pela escrita , a pressão de um amigo para editar e a existência de tempo livre.
Para ele, escrever é como criar um novo universo; com pessoas, lugares, uma nova vida ... como se fosse um meio de teleporte para um novo ambiente, um novo lugar onde se passa a história. Os seus livros são narrativas de personagens coletivas; tendo sempre um conjunto de pessoas com um problema comum.
Nunca viveu somente da escrita, dado que, na sua perspetiva, precisa de se sentir em contacto com a realidade pois "A escrita é um ato solitário" e "rouba-nos a vida".
Para escrever os seus romances inspira-se em acontecimentos e experiência vividas. Por exemplo, o romance Homens de Pó tem uma dimensão autobiográfica discreta mas indiscutível. Afinal, "nós somos o chão onde nascemos", e precisamos de ter um lugar.
-"Viver para contar" - diz, citando Gabriel Garcia Marquez.
Quando se pretende publicar um livro, enfrentam-se algumas dificuldades. Há sempre o receio de não obter resposta da editora ou editoras para onde se enviou a obra. Por outro lado, há todo um processo de revisão ( para evitar incoerências cronológicas, por exemplo) que pode ser bastante demorado e exige muita paciência. Facilita a tarefa concorrer a um prémio literário. Se ganhar, a obra será automaticamente promovida e divulgada.
À nossa pergunta “Qual foi a obra que mais gostou de escrever e porquê?”, António Tavares diz-nos: “Isso é o mesmo que perguntar a um pai qual o filho preferido.” Admite, no entanto, que o seu primeiro romance – As palavras que me deverão guiar um dia– o marcou particularmente.
Em jeito de despedida, o escritor/professor Tavares deixou um recado aos leitores do Sinal: “se querem ser escritores, têm de ler: ninguém vai à
escrita que não seja pela leitura".
Anna Souza, 10ºE
Liz Russo, 10ºE
João David, 11ºF
Comentários
Enviar um comentário