Foram 158 os alunos do 12 º ano que, no passado dia 22 de março, se deslocaram à fortaleza de Peniche, espaço-testemunha da repressão do Estado Novo, regime político que serviu como pano de fundo ao romance saramaguiano em estudo O ano da morte de Ricardo Reis.
A guia chamou a atenção para o ambiente opressivo e para as duríssimas e desumanas condições em que eram mantidos os presos políticos, bem como para os tipos de tortura a que aqueles eram sujeitos ( tortura da "estátua", tortura do sono e tortura do isolamento) , a par de um deficiente regime alimentar.
Salientou as severas regras que regiam as visitas das famílias aos reclusos: era exigida a utilização de uma linguagem simples e coloquial que inviabilizasse o uso de códigos; e era proibido olhar para os lados.
De seguida, foi feita uma interessante narrativa acerca das mais icónicas fugas concretizadas naquela prisão que o Estado Novo considerava de alta segurança e donde se julgava ser impossível sair. A guia destacou, então, os nomes de António Dias Lourenço, que se evadiu na madrugada de 18 de dezembro de 1954; e de Álvaro Cunhal - com mais nove companheiros - , a 3 de janeiro de 1960 ( que ficou para a história como a fuga dos "Dez de Peniche").
Esta visita foi, ainda, enriquecida com um percurso marítimo em catamarã, que permitiu visualizar não só as grutas e locais por onde se deu a fuga de Dias Lourenço, como a vertente do forte sobranceira ao Atlântico.
A tarde foi ocupada com a realização da rota bordaliana nas Caldas da Rainha que consistiu em observar reproduções, em tamanho natural, de algumas das obras mais populares do ceramista Raphael Bordallo Pinheiro.
Maria Alhinho, 12ºF1
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